quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Todo dia.

Eu quero te comer mas não posso, eu mordo os teus pedaços em mim, porque te tenho tanto, toda hora todo momento sempre em todo clichê de amor eu tenho você. Eu nunca quero ir, na verdade eu sempre quero ir aí, quero te comer, quero te ter, quero ver você dentro de mim quando eu fechar os olhos, você já está lá. Aqui dentro é tão distante da minha mão. Ouço muitos discos diferentes ultimamente pra marcar que eles são teus, só teus, sem misturas e sem épocas, quando eu ouvir o Qualquer Coisa de novo eu nunca quero lembrar que passo as manhãs pulando de ônibus em ônibus, preenchendo formulários, aprendendo a querer aprender coisas que eu nunca nem achei que poderiam querer ser aprendidas por alguém, eu não quero lembrar que conheço a cada seis meses trios e duplas e legiões de pessoas com todo o potencial de serem bem mais interessantes que você e que eu, eu não quero lembrar que elas me julgam e eu nem sei porque me preocupo com isso, e se devo me preocupar. Eu só quero lembrar que estou com você todo dia o tempo todo a todo momento em todo clichê de amor eu tenho você. Eu quero te comer, quero te ver e te contar do meu dia, quero te ouvir e discordar e que isso não faça a mínima diferença, quero fazer amor e sexo, quero te matar pra te chorar depois, sentir a temperatura morena do teu sangue, eu quero morrer e em três dias voltar pra te dizer quer você pode, quero te dizer isso tudo mas não posso. Eu quero tudo e muito mais, mas não posso, quero essas palavras e outras, quero esses prazeres e todos, quero inclusive esses horrores e mais. E todo dia eu te digo tudo isso quando eu aperto tua perna, grito cada palavra disso subindo entre as multidões de carros da avenida treze de maio às sete horas quando deitado ao teu lado eu sorrio "eu te amo"

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

E a vida foi-se embora.

muito bem, somos gatos, somos, na verdade mais verdadeira, aquela que nem todo mundo consegue repetir, o que quisermos ser, gatos.

onde é que vai parar essa vida, meu deus? Com esses óculos escuros de madrugada. será que é vista cansada ou será que chorou de amor por sua vaquinha que voou e dessa vez não volta mais?

meia volta, volta e meia. tudo volta atrás. A vida passa e ultrapassa com o coração na mão, na garganta uma canção e um pedido e esmola. eu vou indo-me embora. muito embora ainda queira ficar, queira pedir, queira me acabar. queira.

a você que não entende absolutamente nada.
compartilhe do meu mal até o outro dia.
mas se entendeu.
não discuto mais.