terça-feira, 30 de novembro de 2010

Um jazz

Eu escrevo sem o substrato de um tema
sem o trato poético
eu te utilizo
e se só a dor faz um poema
eu sigo assim
os dias passam
essas horas doem
por ti
eu mato, castro essa dor
como viva
até morrer
pelos caminhos
(coletivos)
espero morrer de calor
nessa cidade
o vento bate, magoa
a ferida tão concreta
quanto a realidade
sem sentido
algum
sem o mínimo
sem motivo
cento e uma razões pra eu te comprar
tua embalagem vale mais
em qualquer dito
qualquer momento
qualquer tristeza
esse lamento.

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