terça-feira, 3 de agosto de 2010

Coágulo

trilha-se esse caminho pulando veias e feridas abertas. não temos nem ao menos a descência de sangrar, derramar, descascar. Ouve-se muita voz. houve-se voz demais e todas são uma só, que não pede
implora
e não manda
ordena
e avisa
não aconselha.
enquanto as bocas se abrem aos ouvidos e o mundo se fende aos nossos pés, nós esperamos que o céu se abra sobre nossas cabeças num circo pirotécnico, que caiam sentenças sobre todo mal: nosso toque sinestésico, o disfarce do desejo, meu cianeto, tua escravidão, tua-foda-tua-merda-todo-fluido, tua culpa. sem porquê, se não descasco, não sangro, não derramo, outro alguém vai morrer com essas feridas abertas, outra voz sem culpa, sem desejo, sem descência.

3 comentários:

  1. eu tenho a decencia de sangrar e de me derramar. mas é tanto, tanto, que fica indecente, sabe?
    tu já ouviu 'ai garupa', do arnaldo baptista? lembrei dessa cançao quando li esse texto.
    beijo, igu.
    adoro textos assim, intensos, que falam de foda, de culpa e de sangue.

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  2. igu, eu vi a revista. adorei e entrvista com o ozzy. ehehehe. mas, ei, nao é exatamente um fanzine. fanzine tem a diagramaçao bem coisadinha daquele jeito, é? enfim...

    ah, vou fazer aulinhas de flautas pra gente fazer cançoes com aquele ar de Idade Média. ou nao, mas enfim...

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  3. =O
    flautaaaaa??? ia ser lindo o psicodelismo que a gente ia fazer! aprende logo, aprende \o/
    ....
    já aprendeu?

    ps. ainda espero aquela letra, tem duas melodias esperando por ela, já.

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