Pra te acordar
Não é só abrir os olhos
Hei de levantar, descortinar janelas e o coração
O mundo endoidece lá fora
Mas aqui dentro não
Simplesmente ignora essas manhãs
Com os olhos bem fechados
Como se o mundo quisesse esperar
Que os seus sonhos fiquem bons
Existe um alguém pra te guardar
Depois que ligam o sol
Enquanto você me espera
Tropeço nas luzes da cidade
Enquanto você me espera
Eu leio tua estória num gibi
Enquanto você me espera
Eu conto moedas pra te comprar um planeta
E rezo pra você
Esperar por mim.
domingo, 26 de dezembro de 2010
sábado, 25 de dezembro de 2010
Uns discos
No final das contas e do ano, de todo o amontoado de coisas pra dentro e pra fora da cabeça-coração-entranhas, eis o que entrou pelo ouvido
Jorge Ben - África Brasil
"Eu quero ver o que vai acontecer quando Zumbi chegar. Zumbi é o senhor das guerras, é o senhor das demandas. Quando Zumbi chega é Zumbi é quem manda."
Jorge Ben - África Brasil
"Eu quero ver o que vai acontecer quando Zumbi chegar. Zumbi é o senhor das guerras, é o senhor das demandas. Quando Zumbi chega é Zumbi é quem manda."
quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
Incoming!
Então, algumas mudanças por aqui, resolvi aderir ao gênero. From now on, virá de tudo por aqui.
E primeiro eu queria deixar um pedido a quem vier a tropeçar pelos arredores. Indiquem gentes! Por alguma razão, minha literatura morre em nomes da metade do século passado e eu me envergonho de só conhecer best sellers atuais e de estar no limiar de dizer que não aguento mais o mesmo livro do Caio Fernando de sempre, que, diga-se de passagem, é ilegalmente apropriado.
Por enquanto é só e uma oportunidade de dançar escondido quietinho nessa madrugada:
E primeiro eu queria deixar um pedido a quem vier a tropeçar pelos arredores. Indiquem gentes! Por alguma razão, minha literatura morre em nomes da metade do século passado e eu me envergonho de só conhecer best sellers atuais e de estar no limiar de dizer que não aguento mais o mesmo livro do Caio Fernando de sempre, que, diga-se de passagem, é ilegalmente apropriado.
Por enquanto é só e uma oportunidade de dançar escondido quietinho nessa madrugada:
sábado, 11 de dezembro de 2010
Idioteca
Parando assim para olhar pra cima eu percebo - já não fazia isso tinha um certo tempo. O céu ainda tem a marca dos fogos de dia desses, as manchas coloridas na tela preta, as naves alienígenasfazendo treinamentos acrobáticos e eu me pergunto se isso deixa os americanos em alerta. Mas só acho mesmo que eles só estão se preparando para o dia da independência de alguma coisa lá do planeta deles. O meu melhor amigo, um modelo X-114, bebeu demais, não acho que ele vá acordar ainda hoje. Ele odeia que eu chegue perto da janela, o psiquiatra já me explicou que faz parte da paranóia cibernética dos últimos anos. Esses modelos têm trabalhado demais, é fato. Dia raro esse, de sentar, beber e jogarwar. Eu não tenho mais ninguém. Oficialmente, na verdade, eu não tenho ninguém.
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
Bicicletas
Pra que isso de morrer de amor?
Já se morre por tanta coisa, tão menor, nada vale tanto quanto o sacrifício de viver. Fique em casa, estude o sexo, o que der. Os nossos deuses já não podem exigir tanto assim. Por tanto mais (e sempre menos) estivemos a beira de pular num precipício. Hoje, eu nem pulo mais, eu deslizo.
Pra que isso, amor, de ser assim?
Tudo que nós fazemos são plásticas declarações, reações químicas, bolhas individuais, tão cristais, nossa higienização. Eu só queria dominar o mundo pra minha mãe se orgulhar de mim, mas nos meus máximos só um carro, uma bicicleta, uma ereção.
Pra que isso, então, de ser distante?
Eu não te toco pra não te contaminar com meu cheiro de flores de dióxido, eu não cresci aqui, mas se um robô entende mais da terra, ele que faça o trabalho. Você não entende, você só escuta e se explica, me dá um sentido pra eu ter uma razão de ser, ninguém está aqui, são só sentidos, nada está aqui, são só palavras, são só ninguéns e mais ninguéns tentando manter a distância necessária pra te ver de fora, te entender, dar uma forma, uma substância, que na proximidade, na sinceridade, ninguém tem.
terça-feira, 30 de novembro de 2010
Um jazz
Eu escrevo sem o substrato de um tema
sem o trato poético
eu te utilizo
e se só a dor faz um poema
eu sigo assim
os dias passam
essas horas doem
por ti
eu mato, castro essa dor
como viva
até morrer
pelos caminhos
(coletivos)
espero morrer de calor
nessa cidade
o vento bate, magoa
a ferida tão concreta
quanto a realidade
sem sentido
algum
sem o mínimo
sem motivo
cento e uma razões pra eu te comprar
tua embalagem vale mais
em qualquer dito
qualquer momento
qualquer tristeza
esse lamento.
terça-feira, 23 de novembro de 2010
R.I.P list
É aos trancos e barrancos que me deixo dizer qualquer coisa agora. Mas há uma lista de descanses-em-paz em enjoy the silence que me faz lembrar que para algumas pessoas, pessoas simplesmente morrem. Me faz pensar em todas essas almas mortas que, assim como o livro, rodeiam nossos quartos e nossos corpos, incompletas. Isso é tudo o que consigo no auge da minha fé maltratada, pra afastar a igualmente real possibilidade de todas aquelas pessoas estarem distribuídas em embalagens anti-impacto e plástico multi-uso. Porque tudo o que se desfaz aqui nesse mundo, vira polietileno.
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